quinta-feira, 24 de novembro de 2011



Eu e minha imaginação vamos viver num vazio. No infinito. Pretendo não manter mais contato com os tolos, nem com os que habitam minha mente em memórias de estúpidos convívios do passado.


Não é impossível ser feliz depois que a gente cresce… só é mais complicado.


Meu peito está todo cortado. São rasgos dos teus seios afiados. Das feridas escapa um grito mudo, abafado como o de um bebê abandonado dentro de um saco na correnteza do rio. Ninguém escuta a minha dor.


E nunca se esqueça, pra gente acertar, primeiro temos que saber oque estamos fazendo de errado.


A decisão que estou tomando é consciente. Decidi na plenitude de meu livre-arbítrio. Sei que isso é duro, porque sendo assim, ninguém tem direito à culpa e a culpa é o alívio dos fracos.
Lamento, mas concordo com Camus que o suicídio é a única questão filosófica verdadeira. Meu desejo comanda meu destino e a morte é a única liberdade.


Atrás das janelas, retomo esse momento de mel e sangue que Deus colocou tão rápido, e com tanta delicadeza, frente aos meus olhos há tanto tempo incapazes de ver: uma possibilidade de amor. Curvo a cabeça, agradecido. E se estendo a mão, no meio da poeira de dentro de mim, posso tocar também em outra coisa. Essa pequena epifania. Com corpo e face. Que reponho devagar, traço a traço, quando estou só e tenho medo. Sorrio, então.


— O que você ve nela?
— O que eu não vejo nas outras.


Você nunca sabe a força que tem. Até que a sua única alternativa é ser forte.